Sem falar no
cheiro de mijo que infesta qualquer beco, que às vezes nem precisam ser becos
pra conterem o odor fétido que nos invade as narinas. A cidade maravilhosa deve
ter morrido, ou apenas ido descansar, como tudo que é bom tem feito nos últimos
anos. O que resta da cidade se masturba sob os olhos do Cristo e geme
escandalosamente para o mundo, atraindo olhares e pessoas, que se juntam
cegamente à massa em êxtase por toda a perfeição que outrora foi concedida à
cidade maravilhosa, e juntos gritam mais alto, masturbando-se e jorrando sêmen
no mar, esgotos, prédios e na face estoica do seu grande patrono.
Ainda assim a paisagem permanece em
pé, com o pouco de vida que lhe resta. Será que sobrevive desse excesso de gozo
e urina? Talvez esteja decaindo, feito árvore que perde todo cerne, toda vida,
e só a casca e os vasos mortos a mantém em pé, aparentemente sã. Cupins, ela tá
cheia deles, a cidade. Que jogam seus líquidos venenosos por qualquer canto e
esperam que tudo permaneça como está.