, mas escrevo
porque infinitas almas encontram casa dentro de mim e aqui crescem cálidas,
para pouco depois atravessarem o casulo e abrirem suas asas frágeis para voar
em direção à liberdade
, mas escrevo
porque cresci ouvindo histórias de brancos, de heróis poderosos, cresci não fazendo
parte destas histórias, e, por fim, entendi que representatividade importa e que
na minha voz reverberam inúmeras vozes de negros, gays, indígenas, mulheres e de
outros zil personagens esquecidos às margens
, mas escrevo
porque é no universo fractal das palavras que minha lógica se empodera e toma
sentido pleno, torna-se universal, mas única, na criação deste universo único
(Mas é o que sou)