Archive for agosto 2013

Só as mulheres e as baratas sobreviverão


Fui à livraria sem intento de comprar nada, pois já estava cheio de livros ocupando a caixa ao lado da cama. Chegando lá, resolvi trazer alguns livros da L&PM Pocket, apenas por costume. Trouxe dois do Caio Fernando Abreu, que já namorava por alguns meses - e decidi experimentar algo novo e nacional, e com o meu gosto estórias de mulheres, decidi experimentar Cláudia Tajes. Suas capas, títulos e sinopses sempre me pareceram extremamente divertidos, e fui em frente. O livro, pequeno e de fácil leitura como é, não durou muito tempo. Gostei bastante do estilo da autora, e pretendo continuar conhecendo mais obras delas (li, ainda, Louca por Homens). Apesar de não ser uma literatura densa e emocional, é divertida e cômica.
Meu assunto, basicamente, são homens, o que faz todo o sentido, no meu caso. Cada um escreve sobre o que gosta ou conhece sejam guerras, sagas, relacionamentos, misticismo, música, opção é o que não falta. Homem é um tema que, longe de dominar, eu aprecio. Quando comecei a construir histórias mais longas que as redações de uma página e cinco parágrafos do vestibular, lá pelos meus vintes e poucos anos, foi sobre homens que eu escrevi. Vocação, fazer o quê?

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Mar Morto


Quando adolescente, sempre mantive uma certa distância da literatura nacional. Lia apenas se e quando necessário, afinal, o vestibular pedia. Com o tempo, e quando eu mesmo comecei a escrever, tentei apreciar mais o que produzimos no passado e presente. Depois de tantos anos, com Caios, Clarices, Andrés, Lobatos, etc., cheguei em Jorge Amado. E estou feliz por ter chegado, mesmo que tenha demorado - mas foi na hora certa, e pela via certa. Mar Morto foi um dos livros mais fantásticos que já li em toda minha vida, e seus personagens são simplesmente surpreendentes. Abaixo está uma cena de Lívia (spoiler), após a morte de seu marido, ou, mais precisamente, a viagem que ele fez para outros mundos com Iemanjá.

- Manuel tem muita carga?
- Não tá dando vazante...
- Depois pergunte a ele se pode me arranjar alguma.
- Quem vai levar o saveiro?
- Eu.
- Você?
Rodolfo não compreende. Quem a compreenderá mesmo? O velho Francisco compreende. E tem raiva de estar tão velho, de não poder ir mais no leme de um barco. Lívia olha o Paquete Voador, e sente um grande amor por ele. Vendê-lo era como vender seu corpo. E eles eram coisas de Guma, ela não podia vendê-los.

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