Quando adolescente, sempre mantive uma certa distância da literatura nacional. Lia apenas se e quando necessário, afinal, o vestibular pedia. Com o tempo, e quando eu mesmo comecei a escrever, tentei apreciar mais o que produzimos no passado e presente. Depois de tantos anos, com Caios, Clarices, Andrés, Lobatos, etc., cheguei em Jorge Amado. E estou feliz por ter chegado, mesmo que tenha demorado - mas foi na hora certa, e pela via certa. Mar Morto foi um dos livros mais fantásticos que já li em toda minha vida, e seus personagens são simplesmente surpreendentes. Abaixo está uma cena de Lívia (spoiler), após a morte de seu marido, ou, mais precisamente, a viagem que ele fez para outros mundos com Iemanjá.
- Manuel tem muita carga?
- Não tá dando vazante...
- Depois pergunte a ele se pode me arranjar alguma.
- Quem vai levar o saveiro?
- Eu.
- Você?
Rodolfo não compreende. Quem a compreenderá mesmo? O velho Francisco compreende. E tem raiva de estar tão velho, de não poder ir mais no leme de um barco. Lívia olha o Paquete Voador, e sente um grande amor por ele. Vendê-lo era como vender seu corpo. E eles eram coisas de Guma, ela não podia vendê-los.
Acho que o que nos afasta da literatura nacional é o colégio. Os professores passam livros que são muito pesados para a nossa idade! Mas é inevitável que quando amadurecemos eles se tornam sensacionais! Jorge Amado é genial!
ResponderExcluirAdorei a sua dica!
Estou seguindo seu blog, siga o meu tb!
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Li pouco do Jorge Amado, apenas Tieta... E foi uma aproximação tardia também. Fico olhando a estante com a coleção do autor aqui na Biblioteca e me perguntando: "quando vou tomar jeito e ler tudo isso?"
ResponderExcluirMas no momento estou envolvido com "A invenção de Morel", do Adolfo Bioy Casares. Abraço!