É
como se fossem vidas muito distantes, e agora que estou aqui não sei como
deveria me sentir, e me sinto terrível por não ter dado um abraço apertado –
mas bem mais do que abraços e gestos, ter sentido aquela torrente de emoção que
era esperada. Sou um androide, um produto da cidade grande, sem coração sem
emoção; poderiam até me dar um número de série, junto daqueles outros nascidos
no começo do ano 90 – que se enfurecem por não ganhar e olham com indiferença a
dor alheia.
Sou
um monstro da nova era. Faço tudo como me foi mandado – como, bebo, fodo,
sorrio, click! Produzido numa linha
de montagem, peça aqui e acolá, placa de processamento das melhores qualidades,
espaço em disco ávido por ser preenchido, drivers de vídeo e som importados;
faltou algo.
Perfeito.
ResponderExcluirFalta algo em muita gente. Triste é não ter nem a mínima ideia do que seja.
ResponderExcluirUma parte do caminho para o qual as sociedades modernas parecem caminhar. :x Esperemos que não.
ResponderExcluirSuper gostei do texto bruno :)
Abs,
Ronaldo Gomes
livrosobrelivro.blogspot.com