Finn’s Hotel
não é um livro comum.
James Joyce, romancista e poeta
irlandês, ao escrevê-lo, utilizou-se de técnicas literárias incomuns que tornam
o livro pouco palatável e que, anos depois, foi aperfeiçoado na construção de
Finnegans Wake. O método do autor parte de um fluxo de consciência, alusões
literárias e livres associações, que acabam por desconstruir o método
tradicional de contar histórias. Ele utiliza de inúmeros arcaísmos e
neologismos, levando ao extremo a sensação de sonho pouco-entendível. No
entanto, Finn’s Hotel possui uma linguagem relativamente comum quando comparada
a Finnegans Wake.
O livro conta com 10 narrativas
curtas (e a versão brasileira ainda consta com ilustrações interessantíssimas)
escritos em 1923 e que são, para os estudiosos de James Joyce, uma importante
conexão com suas obras seguintes.
Apesar de sua importância histórica
para a literatura irlandesa e mundial, não recomendo o livro para qualquer pessoa
que não tenha interesse em experimentar uma maneira diferente de se fazer
literatura. Longe de querer passar por elitismos intelectuais, falo isso porque
a maneira de James Joyce de construir sua história é confusa e requer bastante
atenção e vontade de entende-lo. Simplesmente não vale o esforço se você não
tiver um interesse real nisso.